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O Festival de Veneza anunciou nesta quarta (2/3) que não vai banir cineastas russos que se oponham ao atual regime do país, nem seus filmes.
"La Biennale di Venezia não fechará suas portas para aqueles que defendem a liberdade de expressão e se manifestam contra a desprezível e inaceitável decisão de atacar um Estado soberano e seu povo indefeso. Para aqueles que se opõem ao regime atual na Rússia sempre haverá lugar em suas exposições", diz o texto do comunicado oficial dos organizadores do festival.
No entanto, o comunicado reforça que o festival rejeitará "qualquer forma de colaboração com aqueles que, pelo contrário, realizaram ou apoiaram atos tão graves de agressão".
A mostra de cinema "não aceitará, portanto, a presença em nenhum de seus eventos de delegações oficiais, instituições ou pessoas vinculadas em qualquer capacidade ao governo russo".
Ao mesmo tempo, fará todos os esforços possíveis para contar com representação da Ucrânia.
A declaração ecoa um comunicado do Festival de Cannes, que na terça apontou um caminho semelhante, permitindo filmes russos, mas vetando delegações oficiais russas em 2022.
Ambos os festivais tomaram uma atitude mais branda diante de festivais como Estocolmo e Glasgow, que decidiram não exibir qualquer filme russo neste ano, atendendo a um apelo da Academia Ucraniana de Cinema diante da invasão da Ucrânia por tropas russas.
Por outro lado, o pedido de boicote total foi atendido pela Academia Europeia de Cinema, que vetou a inclusão de filmes do país de Vladimir Putin na competição dos European Film Awards deste ano, premiação considerada o Oscar europeu.
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